Por Ana Paula Peron
Vivemos no “piloto automático”, desconectados brutalmente de outros seres humanos. A tecnologia gera possibilidades infinitas de conexão, mas marcamos nossa existência pela pressão, distanciamento, superficialidade, pressa, impaciência, julgamentos, polarizações.
Vivemos a personificação das coisas e a coisificação das pessoas e relações. Por quê?
Nascemos totalmente dependentes, precisamos que tomem conta de nós. É o momento do “você é responsável por mim”.
Crescemos e experimentamos diferentes graus de independência – mental, emocional, física e econômica. É o tempo do “eu posso, não preciso de ninguém”.
Tomamos nossas próprias decisões, crescemos e amadurecemos. Alcançamos a consciência de que vivemos em sociedade e nossas maiores conquistas têm a ver com o relacionamento com os outros.
Ou seja, que somos seres interdependentes. Chega o momento do “nós fazemos juntos, podemos combinar nossas habilidades e criar algo mais importante e potente, podemos cooperar”.
A interdependência é uma escolha das pessoas independentes, pois, é preciso ter autonomia para escolher agir assim. Trata-se, portanto, de uma relação de maturidade.
Ana Paula Peron é docente da pós-graduação em Pedagogia da Cooperação e cocriadora do programa Lapidar Conflitos