Rafaela Lemos Pinheiro
Precisamos falar e construir ambientes mais diversos, justos e regenerativos. Precisamos compreender que a cooperação também é um ato político.
Silêncio, distanciamento protocolar e práticas que desconsideram exclusões não representam neutralidade, pois não existe neutralidade diante das desigualdades que atravessam corpos, instituições e territórios.
Cooperar, nesse sentido, é reorganizar a forma como nos relacionamos com o poder, com as diferenças e com o pertencimento. É abrir espaço para o erro como caminho de aprendizagem, para escutas que incomodam, para a pluralidade de ideias, para decisões compartilhadas e para estruturas que querem dialogar sobre a reprodução de privilégios e ir além dela, reconhecendo e restaurando o poder da diversidade e da equidade.
O convite à cooperação inclui Diversidade, Equidade e Inclusão (conhecidas pela sigla DEI) para além de um checklist de boas práticas. Ela precisa ser consciência ativa na cultura institucional, nos modos de liderar, contratar, remunerar, comunicar, reconhecer e se relacionar. E isso só acontece quando há compromisso coletivo.
É comum ver organizações que “valorizam a diversidade”, mas que muitas vezes se detém no letramento e não criam dispositivos para sustentar o conflito, redistribuir o poder e acolher as múltiplas experiências que emergem quando há pluralidade real. Sem cooperação — entendida aqui como prática ativa e cotidiana —, a DEI se torna apenas uma estética. E sem DEI, a cooperação não se realiza integralmente.
Sair da neutralidade é escolher agir, mesmo sem saber tudo. É dialogar com coragem e humildade sobre as desigualdades estruturais que atravessam raça, gênero, sexualidades, território, geração e demais condições sociais diversas. É admitir nossos pontos vulneráveis e seguir ampliando a nossa aprendizagem pelo bem comum. Em consciência da cooperação, abrimos o campo para compreender o que sabemos e o que não sabemos. O que sabemos se faz do encontro e ampliação da diversidade compartilhada; o que não sabemos nos conduz ao que queremos aprender em conjunto e a construir caminhos colaborativos para alcançá-lo.
“Simbora” cooperar integralmente, agindo ativamente pela diversidade, equidade e inclusão.
Veja como nosso design colaborativo pode apoiar sua empresa na jornada pela cooperação e DEI e a pós-graduação que pode preparar você para tornar esse mundo melhor.
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Por Rafaela Lemos Pinheiro
Consultora em Metodologias Colaborativas e Justiça social, colaboradora do Projeto Cooperação.