Fábio Otuzi Brotto
uma revolução gentil para uma civilização planetária
“E se a cura para os maiores desafios da humanidade não estivesse na competição desenfreada, mas no modo como os povos originários sempre viveram – em uma teia de cooperação, onde cada gesto nutri e regenera toda a comunidade da vida?”
No contexto de mundo atual, marcado por heranças coloniais que perpetuam hierarquias de poder, desigualdades e a dominação de certos conhecimentos sobre outros, a Pedagogia da Cooperação se apresenta como uma ferramenta fundamental para a decolonização e a construção de uma cultura regenerativa.
Ela surge como uma abordagem educativa que valoriza a beleza da individualidade, a potência da coletividade, o diálogo horizontal, a confiança mútua e a construção de saberes compartilhados.
A Pedagogia da Cooperação contribui para desconstruir paradigmas coloniais e fomentar práticas educativas, organizacionais e comunitárias que regeneram relações sociais, ambientais e epistemológicas.
A Pedagogia da Cooperação é mais práticas e proposta educativa — é uma filosofia de mundo. Um jeito de reencantar os vínculos, desafiar os impérios do individualismo e restaurar o comum como horizonte político e afetivo. Ela emerge como resposta viva a um sistema fundado na separação, nas hierarquias e na monocultura do saber. Onde nos disseram que competir era natural, ela sussurra: aprender junto é resistir. Cuidar é subversão. Cocriar é revolucionar.
Decolonização do Conhecimento e a Pedagogia da Cooperação
O processo de colonização não se limitou à dominação territorial e econômica, também impôs uma hierarquia de saberes, marginalizando conhecimentos indígenas, africanos e de outras culturas subjugadas.
A decolonização do conhecimento exige a valorização de epistemologias diversas e a superação de modelos educacionais autoritários e eurocêntricos.
Nesse sentido, a Pedagogia da Cooperação propõe:
O Chamado Colaborativo das Redes Vivas
“Acreditamos que cada comum-unidade tem toda água para sua sede, todo alimento para sua fome, toda sabedoria para suas inquietações e todos os recursos para realizar seus sonhos, pois querendo juntos, podemos tudo!”
Enquanto o capitalismo nos sussurra que “sozinhos chegamos mais longe”, a Pedagogia da Cooperação revela que a solidão e a competição são uma armadilha colonial e propõe o resgate da sabedoria essencial.
Na aldeia Yawanawá na Amazônia, quando uma criança aprende a tecer, toda comunidade celebra – pois aquela habilidade nunca será só dela, mas um novo fio no tear coletivo.
Essa é a essência da Pedagogia da Cooperação, formar um sistema de saberes colaborativos que:
Impactos Sistêmicos e a Maior Subversão
A aplicação dessas práticas colaborativas gera mudanças profundas:
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*A educação bancária, ou a concepção bancária de educação, é um modelo que tem por base o “depósito” de ideias e conteúdos nos alunos. Conceituado por Paulo Freire, este modelo é caracterizado por uma relação fortemente vertical e unilateral entre professor e aluno, educador e educando.
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Por Fábio Otuzi Brotto
Co-fundador do Projeto Cooperação, educador, palestrante e consultor organizacional com foco no desenvolvimento da Cultura da Cooperação. Idealizador da Pedagogia da Cooperação, co-organizador e co-autor do Livro “Pedagogia da Cooperação, por um mundo onde todas as pessoas possam VenSer“.
Conteúdo adaptado de “Uma Revolução Gentil para uma Civilização Planetária – Decolonização do Pensamento e a Pedagogia da Cooperação” de Fábio Otuzi Brotto, para a coluna #Para Ler na Rede, nº 18, Comunidade Travessias, Bambual Editora.